Reunião de posse da nova gestão:

Dia 01/12, às 18h, no espaço estudantil!

domingo, 31 de maio de 2009

Nota da gestão "Canto Geral" sobre a última assembléia de curso (26/05) e o indicativo de greve (28/05)

LUGAR DE ESTUDANTE É NA LUTA!

Seguiremos adiante: Disposição real de construção, luta, ampliação do Movimento e conseqüência política



Ao longo deste semestre, os estudantes de Ciências Sociais têm protagonizado uma grandemobilização em torno de um outro projeto de educação, que combatesse a precarização imposta pela UNIVESP e a criminalização dos movimentos sociais, além da defesa de mais verbas para a educação. Fizemos muitos Cafés com CEUPES, Grupos de Discussão, Assembléias, e uma Semana de Ciências Sociais eminentemente política, que instrumentalizou muitos dos debates que fazemos no Movimento.

Pela USP, entretanto, a mobilização necessária ao Movimento Estudantil não ganhou corpo. Nãovimos um esforço do DCE para incorporar as várias unidades e o interior ao debate político. A falta de construção política com os estudantes da USP chegou a tal ponto que a UNIVESP, por exemplo, foiaprovada em Assembléia de estudantes da Geologia. Além disso, a disposição em colocar os estudantesem movimento na USP nunca foi levada adiante a partir de uma alternativa política. Qual é o debate que o DCE tem proposto aos estudantes como alternativa à UNIVESP? Qual é a forma de financiamento que reivindica? A perguntas como estas, os estudantes não têm encontrado respostas. A falta de um sentido para a mobilização e a pouca disposição de construção do debate político em torno da pauta demobilização por parte do DCE trouxe a ausência de expansão da mobilização. Tal cenário, somado à falta de conseqüência política expressa na ação de setores minoritários, como visto na ocupação da reitoria na segunda-feira, tem trazido um recrudescimento da direita a ponto de vermos circular um abaixo-assinado contra o Movimento Estudantil pela USP.

É fundamental que tenhamos compreensão da realidade em que estamos inseridos para seguirmos adiante. Na última Assembléia Geral, em 20/05, o DCE propôs um indicativo de greve para o dia 28 demaio. A aprovação do indicativo leva a que os cursos discutam a perspectiva de greve para a data indicada. O indicativo de greve serve para que os cursos reflitam sobre a possibilidade ou não de greve d@s estudantes em nossa Universidade. Para nós, no cenário em que estávamos, foi uma irresponsabilidade com o Movimento a proposta de indicativo para dia 28. Em primeiro lugar, pois, na prática, só sobraram 2 dias (terça 26 e quarta 27) para que os cursos discutissem a perspectiva de greve, num cenário em que a mobilização não avançou para outros cursos. Em segundo lugar – e isso é o mais grave -, o indicativo proposto jogou a responsabilidade da conseqüência da mobilização unicamente para os cursos, sem queeles pudessem ter a dimensão da mobilização na USP. Portanto, consideramos a proposta de indicativo mero formalismo vazio de disposição de construção e de conteúdo político, já que o DCE sabia que não conseguiria fazer em uma semana (ou dois dias) o que não fez em mais de três meses.

Na assembléia das Ciências Sociais ocorrida na última terça-feira, foi votado o indicativo de greve para o dia 28 de maio. Caso o indicativo de greve fosse aceito pel@s estudantes de Ciências Sociais, estaríamos aceitando a greve como o instrumento mais apropriado para construir a mobilização estudantil nesse momento. Nós, da gestão do CEUPES, não acreditamos que essa seja a realidade da USP, já que, com a mobilização existente, a greve seria uma greve fantasma, que não se expandiria e nem tampouco conseguiria apontar conseqüência para as lutas fundamentais que queremos travar contra a UNIVESP e a repressão e por mais verbas para a educação. Ainda pior, a aprovação de uma greve a partir de quinta-feira (28/05) significaria lançar a pouca mobilização que temos para um enfrentamento que não apontaria sentido político. A conseqüência, como muitas vezes o M.E. assistiu, é a frustração total dos que se dispunham a transformar a Universidade, mas não encontraram respostas do Movimento. Portanto, defendemos contra a aceitação do indicativo de greve a partir dessa quinta-feira, por acreditarmos que nesse momento a greve não é uma alternativa colocada para tod@s @s estudantes da USP.

Acreditamos que a greve é um dos instrumentos mais importantes do Movimento Estudantil. Paraque continue assim, devemos sempre construí-la em favor da mobilização, e não contra ela. A greve só faz sentido quando tem possibilidades reais de se enraizar em todos os cursos da USP. Diversas vezes os estudantes de Ciências Sociais, e a FFLCH como um todo, foram vanguarda na construção de greves vitoriosas. Em 2002 a FFLCH fez uma grande greve que terminou com a contratação de quase 100 professores. Em 2005 a FFLCH também foi protagonista de uma grande greve que, apesar de não terterminado vitoriosa, avançou em uma importante mobilização d@s estudantes contra o veto do governador ao aumento de verbas. Em 2007 os cinco cursos da FFLCH construíram ativamente a mobilização d@s estudantes contra os decretos do Serra. Neste ano, mesmo estando, mais uma vez, na vanguarda do movimento, não acreditamos que desta vez apenas a mobilização de nosso curso seja suficiente para impulsionar uma greve estudantil. Diferente do que aconteceu, por exemplo, em 2007, neste ano não só o curso de Ciências Sociais se colocou como vanguarda no debate: também se colocou como um dos ÚNICOS cursos que estava fazendo esse debate.

Por isso, precisamos seguir lutando por um outro projeto para uma educação pública de qualidade, que esteja a serviço da população com um acesso realmente democrático. Acreditamos fortemente que, só com nossa mobilização e com a construção de uma alternativa política, conseguiremos defender a Universidade pública e trazer outras perspectivas, como mais vagas para as licenciaturas presenciais, mais verbas para a educação com uma forma de financiamento mais justa e uma forma de acesso que, de fato, dê conta de fazer justiça às históricas demandas reprimidas. Temos que acompanhar a mobilização dos trabalhadores e professores, que enfrentam um difícil endurecimento do CRUESP nas negociações salariais e processos duros de enfrentamento político como o ataque à organização sindical e os novos planos de carreira docente. Devemos, mais uma vez, ser protagonistas dos debates na paralisação que os professores propuseram, em sua Assembléia, para a próxima terça-feira. Chegou, então, o momento de os estudantes de Ciências Sociais assumirem para si a tarefa levar a mobilização que construímos aqui para osoutros cursos. Precisamos estar em peso na Assembléia Geral para travar esse debate com todos os estudantes da USP e apontar perspectivas reais de mobilização que rompam com as disposições formais e, de fato, se disponham a avaliar concretamente a realidade que temos para avançar com um conteúdo euma alternativa política. Devemos fazer, de acordo com as deliberações que tivermos na Assembléia Geral, outra Assembléia em nosso curso para avaliar o estágio de nossa construção. É fundamental tomarmos para nós a proposta do DCE da UNICAMP de construir, com os movimentos sociais, uma aula pública e um ato na frente da Secretaria de Educação com uma passeata até a Secretaria de Ensino Superior. Acima de tudo, reafirmamos que seguiremos adiante com a disposição de construir a mobilização e o Movimento Estudantil como um CANTO GERAL!

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