Ao longo deste primeiro semestre de 2009, várias questões que expressam as contradições das estruturas da universidade vieram à tona. Ante a dinâmica e complexa conjuntura que se apresenta, os estudantes devem se posicionar de maneira politizada, fundada no debate amplo e político, a fim de se envolver, identificar e intervir nos problemas da universidade. Só com o debate muito bem enraizado entre os estudantes é que se pode indeferir o senso comum sobre as contradições da universidade e apontar perspectivas de ação coletiva, de reivindicação e mobilização.
Com o intuito de realizar todo esse processo crítico e de mobilização, o CeUPES, centro acadêmico que organiza o ME da sociais, realizou uma série de espaços, como Café com CeUPES e mesas de discussão. Pautamos questões latentes da conjuntura da universidade e urgentes de serem tratadas, dado o recrudescimento de seu desenvolvimento. Depois desse primeiro momento de informações, discussões e reflexão, chamamos uma plenária para tirar resoluções gerais sobre as pautas, UNIVESP e criminalização dos movimentos. Agora, com o acúmulo dos debates estruturado e sistematizado, convocamos para dia 16 de abril, 18h no saguão do prédio do meio, a primeira assembléia de curso. É nela que vamos deliberar o que o movimento da sociais vai fazer em relação aos problemas discutidos.Esse espaço deliberativo deve ser amplo e todas e todos devem se sentir à vontade para expor suas posições, caracterizando-o como democrático; para que assim seja, chamamos todas as estudantes e todos os estudantes de Ciências Sociais a participar da assembléia.
ASSEMBLÉIA DE CIÊNCIAS SOCIAIS
16 DE ABRIL, QUINTA-FEIRA
18h, no saguão do prédio do meio.
Pautas:
- UNIVESP - Universidade Virtual do Estado de São Paulo
- Criminalização dos movimentos políticos
A UNIVESP, programa do governo estadual que financia um tipo específico e precário de ensino à distância, está em vias de implementação. Suas condições, seus objetivos e estatuto não foram nem minimamente discutidos no âmbito da comunidade universitária. O contexto histórico da implementação é o de uma crise econômica, implicando a menor arrecadação de impostos e a solução historicamente levada à cabo: corte de verbas para a educação pública. Assim, ainda com a proximidade das eleições, o governo se vale do argumento de que a UNIVESP é a porta de entrada para quem não pode freqüentar o ensino superior público, quando na prática, o que faz é gastar apenas R$ 3 mil para formar alguém ao invés de fomentar o acesso ao ensino presencial, investir em infra-estrutura e contratar professores; popularizar a universidade pública ao invés de elitizá-la mais ainda ao colocar o aluno mais pobre no ensino mais precário à distância. A primeira graduação aprovada pelo CO, nos marcos do EAD financiado pela UNIVESP, visa à formação de professores de ciência para o ensino básico público. Como formar professores que não se formaram com professores? Provavelmente, estamos diante de mais um meio de manter o ensino básico público sucateado através da má formação de professores. Que alternativas propositivas o movimento estudantil da sociais pode dar?
De igual importância, tem-se a corrente criminalização dos movimentos sociais e políticos dentro e fora da universidade. Hoje os funcionários sofrem com o enfraquecimento do sindicato por meio das demissões e represálias; vê-se estudantes com processos administrativos por se manifestarem politicamente. Também se vê que os próprios movimentos estão esvaziados, deslegitimados e têm demonstrado pouca capacidade de mobilizar massivamente sua categoria para as lutas. Tudo isso faz parte de um contexto de enfraquecimento dos movimentos, dissensões entre grupos com causas comuns e, por correlação de forças, de um fortalecimento político da reitoria. O que podemos fazer para reverter tal situação?
A presença de todas e todos é essencial para que façamos um movimento estudantil amplo, democrático, legítimo, ao qual os estudantes possam se identificar e que, assim sendo, seja de fato transformador.
CeUPES, 14 de abril de 2009.
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